Meu pai, ferroviário de profissão, trabalhava na área administrativa da Rede Ferroviária Paraná – Santa Catarina (na época ainda se chamava assim), sempre foi ligado ao futebol. Primeiro tomava conta de um quiosque dentro do estádio Dorival de Brito. Eu, criança ainda, às vezes ia ajudar a lavar copos, que eram de vidro!!! Depois de aposentado, meu pai foi trabalhar na Federação Paranaense de Futebol. Anos mais tarde, voltava eu aos campos, desta vez, com 17/18 anos, para vender ingressos e assim garantir as baladinhas do final de semana. Certa feita, trabalhando, num domingo ensolarado, na Arena da baixada, estádio do Clube Atlético Paranaense, um acontecimento no mínimo pitoresco, pelo contraste. Na época, tinha uma bilheteria nos fundos do estádio, numa rua sem saída. Pelas minhas lembranças, não era um dia movimentado, e o estádio estava com pouco público. Na rua que terminava no estádio, estava acontecendo um velório. A cada jogada os torcedores demonstravam suas emoções de alegria de ira de nervosismo. Naquele momento eu só pensava na família que era obrigada a dividir sua tristeza com a festa da torcida. Na foto, meu avo, em destaque, 1º da direita para esquerda, sentado, no time do Coritiba Futebol Clube.